O diagnóstico


Foi há cerca de 11 anos que me foi diagnosticada esta perturbação neurológica. Nada me preparava para o que ouvia, ficar dependente de um tratamento para o resto dos meus dias, saber-me portadora de uma psicose... enfim, siderei-me nesta ideia, e revolvi a minha mente a pensar como viveria o resto dos meus dias.
Olhando, no entanto para o passado, vislumbrava uma vida de sofrimento e êxtase. Umas temporadas de extrema alegria, vontade e força de viver, outras temporadas menos boas, passadas na cama, dormitando, desejando que o tempo vá passando tendo sempre presente um brutal sofrimento...
Saber que existem doenças mentais complexas é muito diferente de saber que se terá de enfrentar uma para o resto dos nossos dias. A verdade é que só recentemente me conformei com o facto de ter de tomar cerca de 15 medicamentos por dia. Só recentemente me conformei com o facto de vir a ter úlceras esofágicas o resto dos meus dias, devido à carga de medicação.
Passados estes anos não posso afirmar que esta conformação é plena e total. Não é! Quando a crise se instala, seja de que forma for, o meu mundo rui, a minha família sofre, pior do que isso, o meu Filho ressente-se!
Hoje, sei e sinto que não sou mais nem menos do que os outros. Ciente de que a minha doença mexe com o meu comportamento, olhando em retrospetiva, compreendo então, porque resolvi aceitar-me como sou, porque resolvi não virar costas a isto e porque resolvi e optei por me tratar para o resto dos meus dias!

Sem comentários:

Enviar um comentário