Actividades didácticas

Confesso que não sou a melhor mãe do mundo, quanto ao tempo que disponibilizo ao M.. Tenho sempre milhares de coisas para fazer e nem sempre lhe dou a atenção que uma criança precisa. Aquilo que consigo fazer é envolvê-lo nas minhas actividades. Por exemplo, em dias festivos, quando há doces para fazer, procuro ter um pouco mais de paciência e peço a sua ajuda. Digo paciência, porque é preciso tê-la para fazer tarefas com os mais pequenos. Eles demoram o dobro do tempo a fazer tudo, são desajeitados, ainda estão a aprender e questionam tudo e mais alguma coisa. Fazer por exemplo um bolo com o miúdo implica mil perguntas, uma sujeira desgraçada, o risco de cair tudo ao chão, mas fora isso acaba por ser sempre tudo muito divertido, embora desconfie que ele adora fazer os bolos só para acabar com os restos de massa de bolo que ficam nas tigelas! Obviamente que não, gosta porque é divertido fazer coisas dos "crescidos"!
Mas nem sempre são as necessidades do mundo dos adultos que ditam a participação ou não das crianças nas actividades. Há coisas que podemos fazer com eles, o que, para além de ser bastante divertido, proporciona bons momentos entre pais e filhos. Há umas semanas pediu-me que lhe desse um feijão e um copo, pois a Primavera aproximava-se e na escola iriam plantar grãos para assinalar a chegada da nova estação. Mas, como temos horta, perguntou-me se podíamos fazer a nossa plantação de feijão. Na verdade não estava muito inclinada a plantar feijão este ano, pelo que não tinha sementes nem leira preparada para tal. Foi assim que me surgiu uma ideia. Informei-o de que não tinha feijões para plantar nem espaço preparado para isso - dois problemas. Havia que contorná-los, e assim estava lançado o desafio ao pequenote que queria a sua própria plantação de feijões para fazer sopa.
Expliquei-lhe que tinhamos de falar com uma vizinha para lhe pedir sementes. Nem de propósito, tive de dar bolei à vizinha e disse ao M. para aproveitar a viagem para lhe contar tudo e pedir-lhe as sementes. Assim foi, primeiro desafio superado com distinção. O miúdo contou a história desde o início e pediu o favor lhe darem as sementes. Mais tarde fui buscá-las e na sexta feira seguinte deu-se início à sementeira.
Foi assim que no, último dia da semana, plantámos o feijão. É muito importante este pormenor. Para mim, a escolha do dia é bastante importante, pois tem que ser numa altura em que não esteja preocupada em fazer mais nada. Jantares, banhos ou horas de deitar não podem ser uma preocupação quando estamos em pleno com os nossos meninos! Como eu estava a dizer, demos início à tarefa numa tarde amena de Primavera. Já estávamos na posse do feijão, escolhemos um cantinho, cavámos, tirámos as raízes e enquanto eu fazia os regos ele lançava as sementes. 
Hoje, os primeiros feijões já despontaram da terra. A espera foi dura, pois uma criança não tem a percepção temporal de um adulto e tudo lhes parece uma eternidade. Mas estou certa de que tirou a liçao de que vale a pena esperar. Que o trabalho dá frutos e que o feijão não nasce nos supermercados. 
Mas, mais do que tudo isto se construiram mais momentos mágicos entre mãe e Filho. Se passou uma tarde bem passada. Para mim, que adoro o ar livre, sinto-me em enorme comunhão com a terra e com o meu Filho quando estou lá fora a tratar das plantas. Espero que, quando um dia eu partir, ele guarde boas recordações destes momentos que temos partilhado juntos...

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