Educar para cooperar

 
Há uns tempo estava a preparar um cabaz para uma amiga que está na Holanda e, como não poderia deixar de ser, tive a preciosa colaboração do meu mais fiel ajudante.
 
As crianças gostam de ajudar, pois assim estão a imitar-nos, e ao fazê-lo estão a construir uma preparação para o futuro. Ajudar é uma espécie de treino, treino para a vida de amanhã. Diz o velho dito, e muito acertadamente, - Ajuda de criança é pouca, mas quem a rejeita é louca. A nós, pais, cabe-nos incentivá-los à ajuda e cooperação no seio da vida familiar.
 
Sou alguém que preza a vida familiar, considero uma família nuclear uma pequena comunidade organizada, onde cada qual ocupa um lugar específico. Cabe a cada membro colaborar na engrenagem do grupo para que todos possam usufruir de momentos de lazer de qualidade. Quando o Martim começou a ter alguma autonomia motora, introduzi-o em pequenas tarefas domésticas (não que a sua ajuda fosse grande, mas mais por questões educativas, naturalmente). Começámos pela roupa. Ele ficou com diversas incumbências: ao arrumar a casa, ir colocando a roupa no cesto da roupa suja, quando está na hora de estender ele passa-me as peças e eu estendo, etc., etc.. Hoje em dia, eu lavo a loiça e ele põe no escorredor, fazemos bolos, já sabe varrer o chão para a vassoura e despejar a pá para o lixo. Já ajuda a dobrar as mantas e faz pequenos recados. Desta feita, facilita-se a vida a todos; prepara-se o futuro e educa-se para a cooperação.
 
Mais do que em qualquer outra altura, hoje, a vida não está para facilidades, e se não queremos ser escravas da casa, temos de distribuir tarefas. É de pequenino que se torce o pepino! Toca a envolver as crianças nas tarefas domésticas, para que não se tornem adolescentes habituados a servos! As palavras podem parecer duras, mas a verdade é que chega de ser pais obedientes dos pais e dos filhos!! Somos de uma geração em que a obediência aos pais era uma realidade e, hoje pais, somos servilmente obedientes dos nossos filhos!!! Vamos mudar o rumo das coisas.
 
É nossa obrigação, ajudar os nossos filhos a crescer de forma saudável. Nós não duramos para sempre. Eu não sei quanto tempo vou cá andar, a única coisa que sei é que tenho obrigação de ensinar o Martim a construir o seu caminho, a não ficar dependente de ninguém, e, acima de tudo, a querer tornar-se num membro útil da sociedade.
 
Chamem-me radical, mas levar a comida à boca de uma criança de três anos, não é do meu feitio!!

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