Atividades ao ar livre


Sou menina da cidade! Nada e criada em Lisboa, no centro do bulício e enclausurada num apartamento entre as idas à escola e os fins de semana a banhos à Costa da Caparica, sou acérrima defensora da ideia de manter os nossos filhos pequenos na rua o maior tempo possível.
Certamente me dirão que a vida assim o não permite, que na cidade é difícil, que não há tempo, etc.. Para mim, isso são balelas. Posso até compreender que se venha tarde do trabalho, e que durante a semana seja difícil manter este hábito. As semanas são passadas a correr, a vinda do infantário ou da creche já é tardia, e em chegando a casa há o jantar para preparar e os banhos para dar!
Neste aspeto sou uma espécie de privilegiada, pois organizo os meus próprios horários (digo uma espécie, na medida em que o facto de não trabalhar, por outro lado, não me permite trazer tanto dinheiro para casa).
Atualmente a residir no campo, também eu já tive de sair de casa por volta das 6.30 - 7.00 para deixar o miúdo no berçário para me fazer à vida. Mas também me recordo que nessa altura fazia tudo para passear o meu Filho na praia. Ao sexto dia deixei a maternidade, ao 7.º comecei a levar o Martim para a praia. Como os antigos, acredito que "ar e vento faz o sustento"! Nunca superprotegi o miúdo dos fatores ambientais. Sabonetes anti-bacterianos e afins, nunca entraram cá em casa. Recordo-me de ter tido apenas o cuidado de esterilizar os biberons no seu primeiro mês de vida.
Quando nasceu foi recebido por 3 gatas que já habitavam o apartamento. Diariamente, nem que fosse por 10 minutos, pegava no carrinho e apanhávamos ar, nem que não fosse à porta do prédio.
Não é minha intenção alongar-me em exemplos retirados do meu caso. O que pretendo é vincar a importância que dou às idas ao parque, ao jardim, à praia, ao rio, etc..
Se durante a semana é de todo impossível organizar uma saída, que esta faça parte das rotinas do fim-de-semana. Às sextas-feiras podemos deixar tudo preparado para uma saída matinal no Sábado. Se não pode ser mais, pelo menos que seja uma vez por semana.
É importante deixá-los correr, sujar-se, cair, cheirar a terra, sentir a água, etc. Desta forma contribuímos para um salutar desenvolvimento fisiológico das crianças. Lembrem-se - somo ANIMAIS - precisamos da natureza, fomos concebidos nela, e foi no seu cerne que vivemos durante milhares de anos. Os apartamentos são fenómenos contemporâneos!
É sabido que o meu dinheiro dá para as despesas do dia-a-dia e pouco mais. Por vezes, uma volta de carro até a uma aldeia próxima, pode significar prejuízo e aperto lá para finais do mês. Mas se levar sandes, fruta e uma garrafa de água, o transtorno é bem menor! Para além de que, nada nos tirará as recordações destas passeatas em família.
Penso essencialmente que é necessário parar para planear estas saídas com as crianças. É útil pôr a imaginação a trabalhar e magicar uma atividade ao ar-livre, um destino, um pique-nique... Não estamos apenas a criar um indivíduo saudável e resistente, estamos também a criar laços afetivos muito fortes. Nem nós, pais, nem eles filhos, passarão indiferentes a estas experiências conjuntas, familiares. Por que acredito que o afeto se constrói de dia para dia, procuro não descurar a emoção que pode advir de uma saída em família onde haja lugar para rir e brincar... para escapar à rotina diária...
Resta-me propor que desfrutem muito das nossas paisagens, e principalmente dos nossos filhos!

Sem comentários:

Enviar um comentário