Diário da Horta V

Com frequência dou sumiço à existência, e tudo aquilo que comecei fica pendente, tudo aquilo de que gostei, deixa de interessar e o sentido das coisas perde-se no vácuo.
Tenho a minha pequena horta que, numa ocasião normal adoro tratar e cuidar. Quando hiberno esta fica sem cuidados, à sua mercê e quiçá perdendo a vida.
A minha última investida na horta, posso dizer que foi a mais frutífera desde que me mudei para o campo. Depois de dois anos o conhecimento das coisas da terra vai-se ganhando aos poucos. O contacto com as velhotas daqui permite-me sempre colmatar as falhas de conhecimento.
Após o levantar desta queda, retomei os trabalhos hortícolas. Ainda está muito por fazer, mas de passinho em passinho vou revitalizando os legumes que espero vir a ter este ano. Há uns dias aproveitei o facto de me cruzar com uma vizinha, para a convidar a ver a minha produção e a dar o seu parecer. Confesso que estava preparada para ouvir as piores notícias. Assim não sucedeu, ao que parece consegui salvar a plantação de alhos, por exemplo. As minhas alfaces estão viçosas, embora deveras minúsculas. A alegria deu-se quando fiquei a saber que afinal é por causa do frio que não medram. Quando a Primavera andar no ar, ao que parece, vou ter uma boa colheita. Se as palavras explicam, as imagens mostram. Aqui está uma foto do estado lastimável a que chegaram os alhos:
 
 

Após uma dose de motivação e algum trabalho, eis o resultado:


 
Na verdade, pensei que a plantação estivesse arruinada, mas a dita vizinha informou-me que estavam bonitos e a medrar bem. Naturalmente que fiquei satisfeita e com vontade de continuar a labutar na minha plantação, antes julgada estragada e sem remédio... 

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